Uma atuação inigualável
Estou sozinho. Estou sozinho no quarto, às escuras, apenas iluminado pelo pela luz artificial vinda do computador à minha frente. Olho em frente, e as palavras aparecem diante de mim escritas de forma tão espontânea que nem dou por elas passarem pela minha cabeça. Como se eu próprio estivesse a assistir a este espetáculo de dança gramatical que as minhas mãos me oferecem.
Parece que as mãos pararam para pensar no próximo passo. Será uma meia pirueta ou um salto mortal encarpado?
E o espetáculo continua. Lá continuam elas. A dançar como se não houvesse amanhã, a todo o vapor, sem descansarem nem exitarem. Uma após a outra. Girando e redopiando de um lado para o outro neste teclado diante de mim. Olho para elas, nem as reconheço. Elas param. Eu paro. Eu levanto-me, e aplaudo.
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