Omitir para não mentir
Omitir não é melhor que mentir. Não é melhor nem pior. Não é por não dizer nada ao invés de dizer algo que não a verdade, que isso vai ser melhor. Poderá ser mais apelativo, para algumas pessoas, mas a verdade é que leva ao caos e à destruição da mesma maneira.
Há uns posts atrás falei da mentira. Disse alguma coisa do género que mentir não consistia só em mentir ao próximo, mas mentir também a si mesmo. Porque ao pronunciar, ao dizer alto a mentira, estamos a encarnar essa personagem. Personagem essa que não somos na realidade. Omitir não é diferente.
Omite-se por alguma razão. Talvez porque sabendo que se não omitíssemos a outra pessoa não ia gostar daquilo que ia ouvir. E por isso omitimos. Adiamos o assunto para mais tarde. Mais tarde quando? Para nunca, provavelmente. Não nos convém.
Tal como a mentira, a omissão também se acaba quase sempre por ser descoberta. E o problema que estavámos a tentar adiar, acaba por vir na mesma, infelizmente. A má notícia é que não vem apenas, vem sim maior e mais forte. Como que se ao longo do tempo que a mentira ou omissão ia durando, esse monstro que é o problema fosse crescendo e se fortalecendo. E quando vem, consome-nos completamente.
A pergunta que tenho para vos fazer é a seguinte: Será que vale mesmo a pena mentirmos e omitirmos correndo o risco dos nossos problemas se tornarem problemas ainda maiores?