Meu querido peluche
Estou sozinho em casa, sentado numa cadeira em frente à secretária no computador a escrever este post e algo interessante aconteceu quando retirei os olhos do ecrã. Olhei à minha volta e vi-me repleto dos mesmos objetos, decorações e mobílias que vejo todos os dias quando me encontro neste lugar. Até aqui nada de novo, eu sei. Interessante foi o que reparei a seguir. Ao olhar ao meu redor, reparei que a cada objeto que via, direcionava-me para pequenos momentos da minha vida envolvidos no objeto. Isto inconscientemente. Não que eu quisesse relembrar de algo em específico. Não queria, mas as lembranças vinham naturalmente. Percorri o resto da casa, para ver se o mesmo acontecia. Não foi diferente.
Objetos não passam de objetos. Contudo, quando observados com atenção, conseguem ser mais que isso. Conseguem ser um poço de memórias e lembranças das quais muito provavelmente nem tu sabias que as tinhas. Creio que vem daqui o valor sentimental dos objetos. Não pelo objeto em si, mas pelo que ele nos representa, pelo que ele nos faz lembrar e pelo que ele nos faz sentir.
É claro que observações destas dependem de pessoa para pessoa. O que uma pessoa possa ver numa jarra, não é a mesma coisa que a outra pessoa possa ver nela. Tendo assim perceções diferentes da mesma realidade.
É desta forma que nos afeiçoamos a objetos que para quem vê de fora não têm sentido nenhum, como um simples peluche.