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A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

Em tempos tão monótonos como os que vivemos, por vezes arranjamos dificuldade em nos entusiasmarmos com alguma coisa. O que nos entusiamava, fizemos nos primeiros dias. Ao fim de 3 semanas, toda essa emoção e sentimento desapareceu e o que restou foi cansaço, aborrecimento e desespero por uma rotina nova. Apesar de tudo, venho-vos dizer que não tem de ser sempre assim. Podem muito bem fazer pequenas mudanças na vossa rotina e aproveitá-la, de verdade. Ficarem genuinamente felizes, até ao ponto de esquecerem todo este terror, nem que seja por um bocadinho.

Ficar em casa todo o dia não é fácil. Lidar todos os dias com as mesmas pessoas por vezes é demasiado. Como seres humanos que somos, precisamos de ver caras novas, comunicar e socializar com os outros e é com isso que tem trazido alguma felicidade aos meus dias. Seja através de ferramentas como o Skype ou o Zoom, hoje em dia é muito fácil colocar isto em prática. E o lado bom, é que não é preciso estar uma eternidade de tempo com os nossos amigos para nos sentirmos realmente felizes. A quantidade de estímulos nesta nova rotina por vezes é tão baixa que qualquer coisa fora do habitual é capaz de nos colocar em êxtase. 

Sabendo isto, podemos também procurar ativamente tarefas que nunca pensámos em fazer. Talvez esta seria uma boa altura para isso. Quem sabe esse será o nosso hobby preferido daqui para a frente. Há tanta coisa por aí para ser experimentada e aprendida que dá facilmente para pegar uma tarefa diferente para cada dia.

Há mil e uma coisas para fazer, realmente. E uma das coisas que a quarentena me ensinou, foi que nestes tempos pequenas coisas fazem a diferença. Prestamos atenção e damos valor a coisas que antes nos eram oferecidas no menu da rotina. Hoje é diferente. Hoje temos de ser a nós a procurar esse bem-estar. Por isso, procura o teu e não te vais arrepender.

Somos indivíduos difíceis de contentar. Somos indivíduos que muitas vezes não sabemos o que queremos. Somos indivíduos que queremos algo num momento, e no momento a seguir já não. Somos complicados, não percebemos os outros e, pensando bem, não nos percebemos a nós próprios também. Não compreendemos nem somos compreendidos.

Todos nós já só quisemos ter 2 semanas de casa sem fazer nada. Infelizmente não podíamos. Tínhamos de trabalhar, tínhamos responsabilidades e a nossa vida continuava. Agora, só nos pedem para estar em casa e nós só queremos sair. Parecemos uma criança pequena que, quando a mãe lhe diz não, subitamente deu uma vontade enorme para a criança fazer. Ela nem queria, mas só o saber que não pode, que é proíbido, dá-lhe o prazer e vontade de o fazer.

Com isto, não estou a dizer que ninguém pode querer sair de casa. Eu também quero, acreditem. Pensemos apenas, como crescidos que somos, que não fazemos isto só por nós, mas também pelos outros. Aprendamos a controlar esta nossa vontade e atuar racionalmente. Porque ao contrário dos bebés e das crianças pequenas, nós somos responsáveis pelos nossos atos e temos noção disso (ou pelo menos devíamos).

Olho pela janela numa manhã de segunda feira com a minha chávena na mão. Disfruto do meu café quentinho enquanto vejo o que se passa na rua. Umas pessoas saem da mercearia com um saco de pão fresco pela mão. Outras entram nos carros com os filhos para os levar à escola. Outras ainda correm pela rua todas apressadas pois provavelmente já estão atrasadas para picar o ponto. Tanta vida na rua e eu aqui fechado em casa. Talvez vá dar um passeio mais tarde... Quem sabe...

- Gonçalo, o que estás aí fazer especado a olhar para a janela? - Perguntou a minha mãe.

- Nada, acho eu - Respondi.

E a rua continua vazia, já ando a ver coisas...

Hoje vi o documentário "Inside Bill's Brain: Decoding Bill Gates" e adorei. Sempre tive muito respeito por ele e pelo seu contributo ao mundo, às nossas vidas. Este docomentário só fomentou ainda mais o que pensava sobre ele. 

Este documentário fez-me pensar. Ao longo da mini-série, não conseguia tirar da cabeça a quantidade de pessoas que estão a trabalhar neste momento com o objetivo de um mundo um bocado melhor. Seja em qual ramo for, há tantas, tantas, mas tantas pessoas nesta situação que provavelmente não recebem um décimo do reconhecimento que mereciam. Todas as horas, todo o suor e todas as noites em branco em busca da inovação perfeita seja para evitar mortes, facilitar vidas ou descobrir novos horizontes. Custa saber isto e agradeço que existam pessoas assim.

Não vou mentir. Este documentário colocou-me com os pés bem assentes na terra por referir vários problemas a nível mundial no ramo da saúde, energético ou climático. Apesar de existirem muitas pessoas a inovar todos os dias para mudarem esta realidade, acredito que um esforço individual, feito em conjunto, teria também o seu donativo e se expressaria a nível mundial. Para isso, como disse, era preciso ser em conjunto. É manter isso na cabeça e vivermos rumo a isso também.

Tenho passado tanto tempo em casa como há muito tempo não passava. Arrisco-me a dizer até, que nunca passei tanto tempo como agora (apesar de pequenas saídas curtas e pontuais, claro). Como sou uma pessoa que não gosta de ficar parada muito tempo, tenho aproveitado para fazer tudo e mais alguma coisa. Tenho aproveitado para acordar, fazer a minha lista de tarefas para o dia e aproveitá-lo como um todo. 

Entre trabalhos, aulas e algum estudo para a faculdade, tenho conseguido arranjar algum tempo decente para fazer muitas atividades que gosto de fazer. Os meus dias têm passado por leituras, escritas, alongamentos, meditação (algo que voltei relativamente há pouco tempo e com que estou muito feliz por isso) e uma corrida ou outra para arejar a cabeça fora de casa de vez em quando. Tenho visto algumas séries, filmes e documentários também, obviamente.

Basicamente, os meus dias têm passado por disfrutar tempo comigo e melhorar as minhas aptidões e aprender outras. Desde a leitura e a escrita à meditação, tenho aprendido mais sobre mim e sobre o mundo a cada dia que passa. Não tenho deixado de aprender e de colocar nova informação que faça o meu cérebro trabalhar mais e melhor.

Penso que esta é uma boa abordagem a tomar em tempo de quarentena. Fazer uma lista, criar uma rotina. Aproveitar as 24 horas que temos todos os dias para tanto aprendermos algo novo como também para arranjarmos tempo para nós, parar e respirar. Ambas as coisas são importantes e ambas as coisas ajudam a manter-nos sãos.

E tu? Que tens feito em tempo de quarentena? 

O facto de tudo à nossa volta estar a desabar, não significa que desabemos com a maré. Isso só acontece se assim o permitirmos. Temos sim, escolha nisso. Temos sim, formas de prevenir que isso aconteça. É importante que descruzemos os braços e trabalhemos em torno desse objetivo. Afiar a nossa capacidade emocional e encarar os factos de cabeça levantada. Porque, no momento que toda a gente cair, e for preciso alguém para os levantar, essa pessoa podes ser tu.

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Daniel Kahneman é um teórico da economia comportamental. Ou seja, combina a economia com a psicologia para tentar compreender a irracional gestão de risco nos seres humanos. É disto que "Pensar depressa e devagar" se trata na sua íntegra. Aborda temas como a gestão do risco dos seres humanos, a sua aversão às perdas e as falhas mais comuns do pensamento. 

Durante toda a obra, o autor explica-nos todos estes temas referidos acima e mais alguns, com a participação de dois sistemas do nosso pensamento muito distintos. Denomina-os por "Sistema 1" e "Sistema 2". Em que o sistema 1 é um sistema rápido que trabalha de acordo com as nossas intuições e o sistema 2 é um sistema racional que responde mais demoradamente após alguma reflexão.

"Pensar depressa e devagar" é um livro muito rico. Apresenta muita informação da qual todos nós já nos deparámos com ela em algum momento da nossa vida. A diferença é que nunca pensámos nela desta forma. Gosto da forma como tudo o que é passado ao leitor é confirmado e explicado através de experiências científicas, muitas delas realizadas pelo próprio, outras não. Posso confirmar que este é um livro bastante denso, contudo não apresenta uma leitura difícil. Diría que é um livro destinado a todos aqueles que queiram perceber o porquê das pessoas atuarem como atuam no dia-a-dia e como elas pensam sobre as mais diversas situações diárias.

Gostava de me sentar e conversar com o meu eu de há 10 anos atrás. Falar com ele sobre tudo e mais alguma coisa. Ter com ele uma daquelas conversas em que se perde a noção do tempo e do espaço. Daquelas conversas que vão desde a superfície do pensamento ao seu local mais profundo. Daquelas conversas em que as duas mentes se abraçam e comunicam por inteiro.

Queria falar com ele sobre tudo e sobre nada. Falar com ele sobre o que ele sente, o que está disposto a fazer sobre isso, o que quer para o futuro, o que quer para o presente, quais os seus maiores medos, quais as suas maiores loucuras, tudo. Queria segurar-lhe na mão e contar-lhe as minhas histórias e ouvir as dele. Queria sorrir-lhe e dar-lhe conselhos de vida. Conselhos esses que me teriam sido úteis noutros tempos e que tenho a ceteza que ele iria dá-los uso também.

Apesar de tudo, sei que não é possível. Apenas no meu pensamento. No meu pensamento posso falar com quem quiser e posso dizer que já conversei com ele algumas vezes. Resta-me apenas a introspeção sobre o passado, portanto. Por isso, foco-me mais no futuro. Em viver, viver e viver. Para que, daqui a uns anos quando conversar outra vez com o meu eu do passado, as conversas serem cada vez mais longas, memoráveis e entusiasmantes.

Não consegues. Podes tentar mas não vais conseguir. Não percas o teu tempo. Não é com mentiras, negações ou omissões que vais deixar de sentir o que sentes. Podes enganar os outros mas não te consegues enganar a ti próprio, é mais forte que tu. Trata-se de algo que não podes controlar, não te martirizes tanto.

Tantas palavras, sorrisos e olhares falsos para esconder e tentar esquecer algo que o teu pensamento não consegue largar. Para quê tanto esforço se quando alguém pergunta "Quem é a pessoa?" só uma pessoa te vem à cabeça?

22 Mar, 2020

A força da música

A música é algo que me fascina todos os dias. Tomamo-la tão por garantida que muitas vezes não nos apercebemos da magia que ela faz. A verdade é que ela consegue influenciar muito facilmente os nossos sentimentos e emoções. Consigo ficar mais triste ou mais feliz ouvindo música que respetivamente me desperta cada um dos sentimentos. Por isso é que se vê por aí muitos conselhos como "dança de manhã com a tua música favorita" de forma a que comeces o dia da melhor forma. Tendo aquela boa energia logo de manhãzinha.

A música dá-nos sentimentos como poucas coisas nos dão. Têm não só a força de nos sentirmos melhor ou pior, mas também de nos levarmos atrás no tempo. Dar-nos nostalgia do que passámos e do que sentimos. Seja através da letra ou pela instrumentação a música atua como um trigger de memórias. Indo buscar às profundezas da nossa memória as experiências que tivemos outrora. Se isto não é formidável, eu não sei o que é... Só sei que vou continuar a ouvir música, agora e para sempre.

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