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A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

Na vida somos todos girassóis. Procuramos a vida toda, ou pelo menos parte dela, o raio de sol que nos diga para onde nos virarmos e trabalharmos nisso, no tópico que amamos. Uns girassóis demoram mais que outros a encontrar o seu nicho, mas eventualmente chegam todos lá.

O mais difícil por vezes não é encontrar um nicho e gostar, mas sim, sair desse e aventurarmo-nos noutro. Toda a incerteza, o receio e o desconhecido, prende-nos a virarmo-nos para o raio de sol mais forte. E não é para qualquer girassol, abandonar um Sol para procurar outro. Poucos sãos os que o fazem. Felizes são os que o fazem. Felizes os que arriscam abandonar a luz para entrar na escuridão do desconhecido em busca de um sol mais forte. Onde a felicidade é mais abundante.

Se és um girassol que te identificas, pensa: por vezes é preciso procurar a escuridão para encontrar uma luz mais forte.

Acordo, olho para para o despertador e ele marca 7h00. Viro e reviro-me na cama, não me consigo levantar. Estou demasiado bem debaixo dos lençóis para sair e enfrentar o frio das manhãs de fevereiro. Mas, após uns bons 15 minutos na ronha, lá me consigo ganhar coragem. Coloco os pés no chão, sinto o frio do soalho de madeira. Frio esse que me percorre a espinha e me dá consequentemente um pequeno arrepio. Soube bem. Dou dois pequenos passos até à janela, levanto as persianas e dois raios de sol encadeiam-me imediatamente. Que lindo nascer que sol que estava. Vou à cozinha, faço um café e vou bebê-lo para a varanda. Contemplando a perfeita manhã que estava. 5, 10, 15 minutos passam e aceito cair na realidade. Preparo-me finalmente para sair de casa e começar o meu dia.

Saio a porta do prédio e está um dia lindo. Calmo. Uma leve brisa fresca para contrastar com a quente manhã. Uma pessoa no fundo da rua, num banco de jardim, a dar comida a dois gatos. Dois siameses. As restantes pessoas andam pela rua com um sorriso nos lábios, uma até me desejou "bom dia". Um gesto muito querido, pois a senhora nem me conhecia. Restou-me colocar um sorriso nos lábios e retribuir o "bom dia".

Chego ao trabalho, sinto-me feliz. Feliz porque trabalho no que amo, com as pessoas que amo. 

Após umas longas horas no trabalho, horas essas que se passaram muito bem, por sinal, cheias de entre-ajuda, companheirismo, união e risos entre assuntos sérios, [Nem todos os dias são assim, mas este parece que foi especial], chego a casa. Preparo um bom jantar, sento-me no sofá e disfruto-o. Ao mesmo tempo que me delicio, aproveito o silêncio da noite. Há coisa melhor para recuperar de um dia de trabalho e preparar-me para o dia seguinte? Não me parece. 

Por volta das 23h, preparo-me para me deitar. Preparo tudo para o dia seguinte: roupa, mala entre outras coisas. Lavo os dentes. E lá vou eu todo fresquinho para dentro dos meus lençóis também eles fresquinhos. Fecho os olhos. Respiro fundo. Agradeço pelo meu dia. Viro-me para o lado e adormeço.

Que dia perfeito que foi.

Lembra-te: se não procurares a felicidade, ninguém a vai procurar por ti. Se não fizeres as coisas que gostas, que te fazem sentido, que te colocam um fogo na barriga e um sorriso nos lábios, ninguém o vai fazer por ti. Cabe a ti procurar isso. Todos os dias. Se só pudesse haver um objetivo por cada dia que se vive, que seja esse: procurar a felicidade.

Um bom leitor é aquele que não só lê, mas que vive a história. Que se coloca no mundo fictício como uma sombra das personagens principais, observando, ouvindo e sentindo. O problema é que por vezes torna-se demasiado real. Sendo difícil de separar o mundo real, do mundo fictício. O que por um lado é mau pois há que não cair nesse precipício; por outro, o dever do escritor foi cumprido. Escrever de forma a englobar e abraçar o leitor na história não é para todos. Não são todos os conjuntos que palavras que conseguem transmitir este sentimento. Requer talento, habilidade e experiência por parte do escritor. Que a verdade seja dita: poucos conseguem transmitir tal estado.

Mostro-vos um exemplo de um poema de Charles Bukowsky que consegue mexer comigo:

Born like this
Into this
As the chalk faces smile
As Mrs. Death laughs
As the elevators break
As political landscapes dissolve
As the supermarket bag boy holds a college degree
As the oily fish spit out their oily prey
As the sun is masked
We are
Born like this
Into this
Into these carefully mad wars
Into the sight of broken factory windows of emptiness
Into bars where people no longer speak to each other
Into fist fights that end as shootings and knifings
Born into this
Into hospitals which are so expensive that it's cheaper to die
Into lawyers who charge so much it's cheaper to plead guilty
Into a country where the jails are full and the madhouses closed
Into a place where the masses elevate fools into rich heroes
Born into this
Walking and living through this
Dying because of this
Muted because of this
Castrated
Debauched
Disinherited
Because of this
Fooled by this
Used by this
Pissed on by this
Made crazy and sick by this
Made violent
Made inhuman
By this
The heart is blackened
The fingers reach for the throat
The gun
The knife
The bomb
The fingers reach toward an unresponsive god
The fingers reach for the bottle
The pill
The powder
We are born into this sorrowful deadliness
We are born into a government 60 years in debt
That soon will be unable to even pay the interest on that debt
And the banks will burn
Money will be useless
There will be open and unpunished murder in the streets
It will be guns and roving mobs
Land will be useless
Food will become a diminishing return
Nuclear power will be taken over by the many
Explosions will continually shake the earth
Radiated robot men will stalk each other
The rich and the chosen will watch from space platforms
Dante's Inferno will be made to look like a children's playground
The sun will not be seen and it will always be night
Trees will die
All vegetation will die
Radiated men will eat the flesh of radiated men
The sea will be poisoned
The lakes and rivers will vanish
Rain will be the new gold
The rotting bodies of men and animals will stink in the dark wind
The last few survivors will be overtaken by new and hideous diseases
And the space platforms will be destroyed by attrition
The petering out of supplies
The natural effect of general decay
And there will be the most beautiful silence never heard
Born out of that.
The sun still hidden there
Awaiting the next chapter.

 

25 Fev, 2020

Dia de máscaras

Hoje é um dia dos quais algumas pessoas exteriorizam o que têm feito até aqui. Acordam, põe uma máscara, saem à rua e festejam o Carnaval. A verdade é que parece que tem sido Carnaval há muito tempo com a quantidade  de máscaras que há pelas ruas e não se sabe. A quantidade de pessoas que se fazem passar por alguém que não são. E eu pergunto-me "porquê?".

Talvez por medo, receio ou frustração. Talvez ficam tão contentes pelo Carnaval porque é a única altura do ano onde podem ser elas próprias. Onde finalmente podem tirar a máscara fazendo com que a verdade passe despercebida. 

Chega de máscaras. Deixem-na cair e não pensem em apanhá-la. Sigam em frente, de cabeça erguida e ombros para trás. Mostrem quem realmente são.

 

A vida é de tal forma complexa que fica difícil pensar nela. Nos seus momentos. No passado, no presente e no futuro. É difícil pensarmos em nós e nos outros. É difícil.

É difícil porque caímos sempre na ambiguidade. Na ambíguidade que estamos sozinhos apesar de termos sempre alguém por perto. Apesar desse alguém estar a viver também a sua vida solitariamente. Somos uma população de solitários que vive a sua vida conforme a maré, definindo o seu rumo. Independentemente ou dependentemente daquilo que tem ao seu redor.

Esta é a verdade. E por vezes ela vem ao de cima. Pessoas que não olham a meios para atingir fins. Pessoas que colocam as suas necessidades à frente de tudo e de todos. Não só quando necessitam, mas diria também que quando querem. Mas, ninguém é perfeito. Já fomos, ou somos e vamos ser um bocado assim. Quer queiramos quer não.

No fundo, estamos sozinhos mas constantemente acompanhados. 

A cabeça anda a mil. Muita coisa no pensamento, muitas coisas que quero fazer.

Com isto sinto que as 24 horas que me são disponibilizadas no dia não chegam sequer para fazer metade das coisas que quero fazer. E mesmo assim, encontro-me por vezes a desperdiçar o meu tempo com atividades inúteis.

O dilema de querer fazer algo, mas ao mesmo tempo não querer fazer nada... Corrói-me aos poucos e poucos...

A cabeça não pára, a cabeça não pára...

Boa tarde, o meu nome é Google e para surpresa de muitos de vós, eu erro. Sim, leram bem, eu erro e não tenho medo de o dizer.

Acho engraçado ouvir expressões do tipo "Errar é humano", "Todas as pessoas erram". Isso é verdade e é muito bonito, mas e então as máquinas? Nós não erramos? Tenho-vos a dizer que erramos tanto como vocês. Quando a vocês vos falta algo no vosso pensamento, a nós falta-nos uma linha de programação. Compreendo que confiem em nós para procurar todo o tipo de informação e mais alguma, mas estejam cientes que nem tudo o que podemos oferecer está correto.

Por isso, tenham cuidado com o que procuram e não ponham 100% de certezas em tudo o que nós, máquinas, dizemos. Desconfiem.

Eu, Google, posso errar muito, mas nisto tenho a certeza de que estou certo.

Por muito boa pessoa que sejas, lembra-te que não podes agradar toda a gente. Mesmo que queiras, desculpa, não vais conseguir. Pessoas querem sempre mais e mais, tornando-se num ciclo sem fim do qual tu tens de sair o quanto antes antes de te prejudicares a ti próprio.

Porque, por muito que queiras ajudar o próximo, lembra-te que também és pessoa. Não metas as necessidades dos outros à frente das tuas, ou, pelo menos, não inconscientemente. 

Faz o que podes e quando podes. A mais não és obrigado. 

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