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A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

A Jornada de um Estudante

Um Blog sobre aprender, ensinar e criar online.

Atualmente, existe cerca de 7,7 billhões de pessoas no mundo. Cada uma delas é diferente das restantes. E com isto, cada uma delas pensa à sua maneira e tem os seus próprios pensamentos. O indivíduo funciona independentemente do resto da população. Tem liberdade para pensar exatamente aquilo que quer pensar. Livre de influência de terceiros. Por isso, não admira que, consequentemente, exista conflitos de ideias entre indivíduos. Ideias que estão em desacordo uma com a outra. 

O que me admira é o facto das pessoas saberem exatamente isso, mas não o aceitarem. Sabem que todos nós somos únicos, mas mesmo assim insistem em dar os seus argumentos como "verdadeiros". Pontos de vista não têm valor de verdade. São meras opiniões vindas do consciente de cada um. E cada uma delas vale o que vale.

Faz-me confusão a quantidade de discussões, intrigas e desacatos que poderiam ser evitados por simplesmente respeitar. Não temos de aceitar a opinião dos outros se não concordamos com ela, mas respeitar é o mínimo. Para quê nos darmos ao trabalho de arranjar confusões com os outros por pensarem de forma diferente da nossa? Cada pessoa experienciou coisas diferentes no decorrer da vida. Isso fez dela aquilo que ela é hoje e isso fez com que ela pense da forma como pensa hoje. Repeita isso.

Se queres que a outra pessoa pense como tu, não é com discussões que isso vai acontecer, muito pelo contrário. Uma maneira muito mais eficiente é argumentar, falar. Mostrar argumentos que expliquem o teu ponto de vista e ouvir os argumentos do outro. Civilizadamente. Porque somos todos pessoas. Não andámos anos e anos a lutar contra o caos e tragédias para criarmos outras simplesmente por não saber respeitar.

09 Nov, 2019

Não compliques!

A vida é complexa mas por vezes as pessoas fazem-na mais complexa ainda do que ela é. Para quê dificultar as coisas? Para quê complicar quando temos a oportunidade de simplificar? Há que aproveitar, não?

Complicar não traz vantagem nenhuma. Não faz ninguém melhor que ninguém por o conseguir fazer. Pelo contrário. Pois hoje em dia é muito valorizado a capacidade de simplificar as coisas. Com isto, não estou a dizer que é uma coisa fácil. Até é bem difícil. Talvez por isso pouca gente o faça nos dias de hoje.

 

Há dois dias atrás escrevi sobre 21 Regras para a Vida. Uma obra de Jordan B. Peterson da qual eu falei muito bem e que gostei muito de ler. Hoje, enquanto navegava na internet, deparei-me com um vídeo do próprio. No final desse pequeno vídeo 7min30s, estava sem palavras. Como é que em tão pouco tempo alguém consegue mostrar um intelectual tão avançado? No meio de tanta conversa séria, conseguir incluir pequenos momentos de humor que nos fazem pensar não é para qualquer um. 

O orador, no vídeo, relata que a vida é sofrimento e dá algumas dicas e conselhos do que as pessoas devem fazer para lidar com isso. À medida que diz o que pensa ser correto vai dando alguns exemplos de pessoas que agem erradamente, explicando as consequências inerentes nesses atos.

Jordan B. Peterson argumenta como poucos e tenho gostado muito de ouvir o que ele tem para dizer. Mas, melhor do que ser eu a dizer, quero que seja o próprio a mostrar-vos. Deixo aqui o vídeo de que vos falei anteriormente. 

 

 

Tenho a certeza que todos já tivemos aqueles dias ou momentos de reflexão. Hoje tive um momento desses. São alturas por vezes nada fáceis. Não sabemos se aquele pensar todo nos faz bem, mal ou apáticos.

É estranho, olhar para trás e reparar que muito já não é o que era. Que os nossos dias estão repletos de novos estímulos quando comparados com os do passado. Novos ambientes, novas pessoas, novas emoções, novos sentimentos e um novo eu. É verdade que este é o caminho normal da vida, mas mesmo assim não deixa de ser estranho e difícil de acreditar. 

Talvez o mais incrível disto tudo é não ser preciso muito tempo para que tanto muito assim. Pelo contrário, em pouco tempo pode mudar muito. Mais do que aquilo que podemos imaginar até. Pois a vida corre naturalmente e não nos apercebemos sequer dessas situações. Mas muda. Mudam-se responsabilidades, mudam-se circunstâncias, mudam-se vidas. E só temos de aceitar, porque era de preocupar sim, se isto não acontecesse. Isto é bom sinal. É sinal que estamos a evoluir em algo e que a nossa vida não fica parada no tempo. É sinal que há mudança e por isso, só há que abraçá-la.


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Jordan B. Peterson é, nos dias de hoje, professor de Psicologia na Universidade de Toronto e um dos pensadores mais polémicos da atualidade. 12 Regras para a Vida é a segunda e mais recente obra dele. É engraçado a história por trás da criação deste livro, pois tudo começou com uma resposta no Quora à pergunta: "Quais são as coisas mais importantes da vida que toda a gente devia saber?". À qual ele formulou um conjunto de regras que parece ter sido muito bem aceite pelo público. Mais tarde, propuseram-lhe escrever um livro sobre isso e daí nasceu esta obra.

Este foi um daqueles livros que à medida que ia lendo, via as páginas a passar e não queria que o final chegasse. Cada vez que me apercebia que estava a chegar ao fim, abrandava a minha leitura e disfrutava do pouco que faltava.

Considero esta obra uma verdadeira obra-prima. Vinda de uma pessoa tão conceituada, não esperava outra coisa, mas a verdade é que me surpreendeu mesmo. O livro, como o título indica, é baseado num conjunto de regras. Regras essas que nos podemos basear no nosso dia-a-dia, no que toca às nossas escolhas e responsabilidades. Não é um livro fácil. Apresenta muitas referências bíblicas e filosóficas comparando situações dos dias de hoje com as do passado.

Escusado será dizer que recomendo esta leitura. Tenho a certeza que ninguém ficará indiferente a ela. E, como o próprio Jordan B. Peterson diz no final do livro e que claramente me identifiquei: "Espero que tenha revelado coisas que sabia, mas que não sabia que sabia." Porque é sobre isto que o livro todo se trata.

05 Nov, 2019

Tenho medo...

Existem muitas coisas que posso dizer que me metem medo. Que doem só de pensar. Que me fazem ficar triste, abatido só de me imaginar nessas situações. Falo em perdas de familiares, amigos, pessoas que me são muito próximas. Pessoas com quem sem elas a minha vida mudava completamente. Isso assusta-me. É algo que me é difícil de imaginar sequer.

Mas, para além destes medos que acredito que toda a gente tenha, tenho outros dois mais específicos. São medos que não dependem de ninguém, somente de mim mesmo. Os medos são: perder a consciência e perder o controlo.

Quando pensei inicialmente sobre isto, coloquei eles os dois no mesmo grupo. Como se perder o controlo fosse perder a consciência consecutivamente. Mas isso não é verdade. É possível sim perder o controlo e continuar a ter consciência. Algo que, me assusta profundamente e que não desejo isso nem ao meu inimigo.

Dá-me arrepios meter na cabeça a suposição de eu perder o controlo. Saber que as coisas não estão a correr como queria. Saber que quero mudar, mas não consigo fazer nada em relação a isso. Que a minha vida me foge pelos dedos das mãos e o máximo que eu consigo fazer é assistir. Isto, o mesmo com o perder a consciência. Deixar de pensar? Deixar de me conseguir exprimir e espalhar as minhas ideias com os outros? Deixar de saber onde estou e o que estou a fazer? Saber que vivo, mas não vivo. Saber que sou um peso para os meus, porque eu nem consigo pensar por mim próprio. A questão base aqui é: O que é que é viver sem consciência? Para mim não é viver. Ou, pelo menos qualidade de vida não se tem de certeza. 

Estes são os dois medos que, talvez possa dizer que mais me afligem. E, saber que há pessoas assim, vítimas de doenças. Faz-me abrir os olhos. Porque ninguém tem a oportunidade de escolha sobre ter ou não ter a doença. É algo que apenas se pode prevenir. Vale o que vale, mas é melhor que nada. Tendo assim, hábitos de vida saudáveis e esperando pelo melhor.

A carreira de professor muitas vezes não é valorizada como devida. E a verdade é que são os professores que moldam gerações. Se algo está bom, é muito devido a eles, e se algo está mal, também poderá ser.

Desde pequenos, quando começamos a escola, mais de metade das nossas horas diárias são passadas lá, com os professores. São com eles que nós passamos a maior parte do tempo. Tempo esse que nós estamos a aprender tanto consciente como inconscientemente. Estamos a aprender como agir, como fazer e como ser.

Os anos passam e os ensinamentos ficam. Isto porque retirámos um bocadinho de cada professor que passou no nosso percurso académico, no nosso percurso de vida. Eles são importantes a esse ponto.

Se és estudante, da próxima vez que tiveres aulas, tenta olhar para o teu professor de outra forma. Dá-lhe valor. Se não és, pensa nos que já tiveste. Reflete no facto de a pessoa que és hoje se dever muito a eles também.

Sinto que houve uma diferença significativa na forma como lidava com situações stressantes, como vésperas de avaliações, por exemplo, e a forma como lido agora. Olhando para o passado e vivendo agora o presente, tenho perfeitas certezas disso. Porque, enquanto há uns anos tinha medo de parar de estudar porque "parar é morrer", hoje não meto essa pressão toda encima de mim. 

Amanhã tenho avaliação, e no entanto, aqui estou eu a escrever este post. Há uns tempos atrás, isto era impensável. Esta era uma das razões pelas as quais eu pensava que escrever todos os dias não ia funcionar. Iria chegar a época das avaliações e não iria conseguir conciliar tudo. Não conseguia escrever sabendo que tinha avaliação no dia a seguir, porque estava a "perder tempo".

A verdade é que consegui finalmente ultrapassar isso. Como disse, tenho avaliação amanhã e estou de consciência tranquila. Tenho noção que estudei e independentemente do que aconteça amanhã, sei que dei o meu melhor e fiz o que pude para correr bem.

Aos 18 anos, após o 12° ano, milhares de jovens são "obrigados" a escolher o seu caminho. "Começo a trabalhar?", "Tento entrar num curso Universitário? Se sim, qual?"

Estas são algumas das muitas questões que passam pelas suas cabeças. Com perguntas deste género, é normal que esta fase da vida deles seja passada com alguma ansiedade, inquietação, receio e até medo do desconhecido. 

É complicado. É complicado pois pensa-se muito que é por essa decisão que a vida estará completamente decidida. Quando claramente que isso não é verdade. A vida está repleta de milhões de decisões. Fazemos milhares de decisões e escolhas diariamente. Porque haveria de uma decisão numa certa altura da vida, defini-la por completo? 

Temos a liberdade de mudar o rumo da nossa vida em qualquer momento dela. A partir do momento que ainda respiramos, a mudança é sempre uma opção. Nunca é tarde demais para seguir aquilo que realmente gostamos. Por isso, não permitas que ninguém te diga o contrário.

Admito que não vejo muita televisão nos dias que correm. Com o avanço das tecnologias, tenho a sensação que à medida que o tempo passa cada vez se vai ver menos e menos. O problema é que com o pouco que vejo, fico sem palavras. A quantidade de programas que passam na Televisão Portuguesa cujo conteúdo é zero, é mais que muitos. Sendo que a razão para isto ser assim é obviamente por dinheiro. Entretenimento leva a pessoas a assistirem, e mais público leva a mais dinheiro. Simples assim. 

Falo mais concretamente sobre Reality Shows que têm dado muito nos últimos anos. São programas que eu tanto não percebo a piada do programa em si, nem o que leva as pessoas a participarem neles... Talvez por dinheiro, mais um vez, não sei...

O que mais me frustra nesta situação é a completa perda de um meio de influência tão poderoso, como a Televisão. Da forma como a Televisão é assistida por milhões de pessoas, faz-me sentido que, em vias de melhorar o mindset das pessoas e contribuir para um maior nível de educação e cultural social, a televisão apresentasse mais programas didáticos. Programas que de facto se conseguia aprender algo com eles e não programas vazios como a maior parte do que passa naquela plataforma... 

Para isto era preciso que a Televisão Portuguesa ligasse mais para os Portugueses do que para si própria, mas isso já é outra história. Acredito que desta forma, Portugal avançasse mais positivamente no futuro. Apresentando cada vez mais pessoas informadas e interessadas sobre os mais diversos temas. Em vez de continuar a ser alimentado pela ignorância e contribuindo para isso mesmo.

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